Donnerstag, 8. März 2012

LENDAS DE CRAVOS QUE ESCRAVOS DERAM-QUANDO OS MUROS ABATIDOS DÃO FLOR GERALMENTE NÃO NASCEM JARDINS SÓ ALL BERTOS LIBERTOS

Dos cravos, escravos fiz

nos cravos armas forgei

dos ramos se fez raiz

e se os cravos eu quiz

não me lembro nem já sei


forjar armas e raiz de fé

fúteis melodias eu soltei

breves momentos me fiquei

em banal tertúlia de café


se cravos eu quiçá herdara

e os quisera fazer bravos

em apatias senis me quedara

já não há jardins com cravos


restam jardins de escravos

deixados nas magras noites

onde jardins sem cravos

das turbas sofrem açoites


estátuas tombadas no jardim

cravos lembram sem tocar

e em silêncios dentro de mim

cravos e escravos por libertar


cravos que tocam no jardim

negras melodias lançadas no vento

cravos esquifes de baloiçar lento

arrastam mortos em vidas assim

LENDAS DE CRAVOS QUE ESCRAVOS DERAM